sábado, 29 de janeiro de 2011

não acredito.



Não acredito. Não acredito em nada. Nem em nada nem em tudo. Não acredito apenas. Nem vale a pena acreditar. A vida é assim, não há verdades que sejam sempre verdadeiras. Não há. Fechamos os olhos e fingimos que sim.  Fechamos os olhos e pensamos que sim. Mas não. Não há. E continuo a não acreditar. Talvez um dia tenha acreditado, talvez sim, talvez não. Não sei. Mas agora não. Agora sei que a vida me diz que não. Não é possível acreditar. Não acredito em nada do que não vejo, e como não vejo nada, não acredito. Há quem ainda acredite, que se iluda, sorria, e seja feliz, até deixar de acreditar, abrir os olhos, desiludir-se e perceber que tudo o que acreditava não existe. Apenas não existe. Digam-me que estou errada, têm todo o direito, talvez esteja, talvez sim, talvez não. Mas eu não acredito. É complicado demais para acreditar. Não é puro. Deixou de ser sincero. Não é para sempre. Deixou de valer a pena. Não tem fundamento. É só porque sim, porque dá jeito, porque apetece. Ou então é só e porque não, porque até mete piada, porque é engraçado. Mas não. Acho que somente não existe. O amor.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

colapso mental

que COLAPSO completo! não consigo ver livros à frente, estou FARTA,  FARTINHA!

precisa-se de FÉRIAS. vem sábado, vemmmm!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

acho que vale a pena ler. Miguel Esteves Cardoso, ELOGIO AO AMOR.

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

skins



só isto e mais nada. adoro.

domingo, 9 de janeiro de 2011

sonhos cor de rosa

conheci-te em sonhos. apaixonei-me por ti em sonhos. mas o meu maior sonho, é trazer-te para a minha realidade.

sábado, 8 de janeiro de 2011

escuta


escuta, eu não me posso apaixonar por ti.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

a carta.

querido amigo,

tenho a data marcada. vou me embora em oito meses, para o outro lado do mundo. serão seis meses ausente, seis meses sem te ouvir, sem te ver, sem te tocar. seis meses que nos separam em pontas contrárias do mundo. não poderás vir atrás de mim, eu sei, mas também vou porque quero, é verdade. não vamos complicar, complicado já o é o suficiente. eu vou, tu ficas, e até lá vamos ser nós, o que somos agora, não podemos ser mais que isso. por agora,  tu de um lado, e eu do outro, por favor. seria tão mais complicado se não fosse somente assim e tu sabes disso. quando eu vou voltar, estarei diferente. tu estarás diferente. não seremos os mesmos. vai daí, não vamos complicar, o que já está complicado. não chores na minha ausência, sente só a minha falta, por tudo o que vivemos, não por aquilo que estaremos a deixar de viver. eu vou sentir a tua falta, e vou querer sorrir, por todos as gargalhadas que demos, nenhuma vai ficar por dar. agora seguiremos as nossas vidas, sem complicações, facilita. 

um beijo,
a tua amiga.